terça-feira, 15 de dezembro de 2009

Guayaramerin






                                               Guayaramerin



Situada aproximadamente a 300 Km de Porto Velho, Guajaramirim , ex-futura fracassada promissora zona Franca, é destino quase certo de quem visita a capital rondoniense, não fica em nenhum entrocamento rodoviário, mas faz fronteira com Guayaramerim, cidade de poucos habitantes, mas de um valor incomparável para os consumistas de plantão. É só cruzar o rio que separa o Brasil da Bolívia em uma canoa do tipo “indiana Jones” que heroicamente chega-se na terra dos "hermanos" bolivianos. Aí não tem jeito, abre-se a porta da “gastança”!

Em virtude da desvalorização do Bolivar e também da diferença de impostos bolivianos, Guayaramerin é o sonho de consumo dos que por lá chegam. Os preços são tentadores a ponto de se tornarem irresistíveis. Não é difícil encontrar caravanas de carros com destino ao oásis dos consumistas, geralmente repletas de mulheres, as que como todo mundo sabe, são geneticamente consumistas!

     
     Como todo e bom rondoniense, os servidores do TRT da 14ª Região não poderiam deixar de comparecer e visitar as lojas de nossos “hermanos” bolivianos. Composto de 16 mulheres de 2 homens o ônibus de um colega servidor partiu rumo a Guajará. Pronto! Selava-se ali mais uma odisséia do consumo. Não era difícil identificar o principal objetivo do grupo naquela viagem: comprar, comprar e comprar... As conversas tinham como verbo principal o danado do verbo comprar conjugados em todos os tempos: comprei, compro e comprarei... e neste jogo cruzado de conversas, cruzado sim, pois quando a maioria é mulher num lugar, as conversas se cruzam naturalmente num sincronismo eficaz, fazíamos planos de como tudo ia acontecer, a “gastança” era planejada com detalhes minuciosamente arquitetados. Ti ti ti pra cá , ti ti ti pra lá e para o sofrimento dos membros masculinos do grupo,que eram apenas dois, a conversa não parava e o verbo mágico era tagarelamente repetido, parecia que a palavra Bolívia era mais inebriante do que a velha conhecida e irrecusável, tentadora e maravilhosa: promoção! Psicologicamente parecia que todas nós íamos á uma mega-promoção, daquelas que a gente compra o que precisa, o que não precisa, o que pode precisar e o que não pode precisar, enfim, compra-se tudo e ainda avisa a todas as amigas.
A estrada que leva ao centro de consumo “ de los hermanos bolivianos” nem sempre é muito generosa, o sol então, é sempre muito intenso, mas nada disso importa, afinal, o que importa mesmo é comprar tudo barato. Ainda estava escuro quando o ônibus partiu, chegamos na fronteira rondoniense ás 9 da manhã e não quisemos nem saber de hotel, afinal, a mega-promoção chamada de Bolívia não podia esperar.
       O grupo de maneira organizada esperou os barquinhos “Indiana Jones” (daqueles “virou-dançou-e-se -lascou) chegar, acomodou-se nos seus bancos “luxuosos” de madeira e num oscilatório digno de maremoto, chegamos no destino esperado. Foram fotos e mais fotos na escada do terminal hidroviário e para irmos até o Centro de consumo, contratamos os táxi bolivianos que são uma mistura de moto com charrete, praticamente uma “motorrete”! O percurso no baquinho dessas “motorretes” é sempre com muita emoção. Pronto, começava a “gastança”!
       A “gastança” parece uma droga, o grupo não comeu e nem bebeu só comprando, foram horas de grande empenho. Vai sacola para cá, sacola pra lá, braços cansados, pernas calejadas, olhos com olheiras gigantescas e nada desanimava o grupo. O peso da sacola ultrapassando valor permitido para a maioria delas, mas a felicidade estava estampada nos rostos. Afinal, estavam comprando tudo barato. A felicidade extravasava pelos poros, pois quando “los ojos miravam los precios” por apenas 1/3 dos preços brasileiros, parece que tudo é um paraíso, mesmo carregando uma tonelada de sacolas. Foi um dia inteiro comprando tudo com preços pra lá de maravilhosos, embora faltasse o ar-condicionado dos shoppings, nada disso importava, afinal, os “precios” compensavam sempre.
       É... Parece que Guayaramerin torna-se uma droga, o povo passa horas sem comer nem beber, gasta todo o dinheiro que o TRT deposita na conta, passa calor, fome e no final tem sempre a próxima vez! Quem entende?

segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

Amanhecer nordestinamente


Amanhecer nordestinamente

Amanhecer nordestina é sair pelas ruas cantarolando o Gonzagão,
é dançar a valsa da vida com a alegria de saber viver!
Hoje eu amanheci nordestina,
procurei o sol na janela,
cantei a vida, sonhei com a chuva,
e sorri para o dia.
O calor que me habita emana do molejo da alma.
O sol brilhou e não há como não escrever,
a poesia para mim é o desejo de sempre amanhecer nordestinamente.







Mandacaru quando fulora na seca

É um sinal que a chuva chega no sertão
Toda menina que enjôa da boneca
É sinal de que o amor já chegou no coração
Meia comprida, não quer mais sapato baixo
Vestido bem cintado
Não quer mais vestir gibão
Ela só quer só pensa em namorar
Ela só quer só pensa em namorar
Ela só quer só pensa em namorar
Ela só quer só pensa em namorar
De manhã cedo já tá pintada
Só vive suspirando, sonhando acordada
O pai leva ao doutor a filha adoentada
Não come não estuda
Não dorme nem quer nada
Ela só quer só pensa em namorar
Ela só quer só pensa em namorar
Ela só quer só pensa em namorar
Ela só quer só pensa em namorar
Mas o doutor nem examina
Chamando o pai de lado
Lhe diz logo em surdina
Que o mal é da idade
E que pra tal menina
Não há um só remédio
Em toda medicina
Ela só quer só pensa em namorar
Ela só quer só pensa em namorar
Ela só quer só pensa em namorar
Ela só quer só pensa em namorar
Mandacaru quando fulora na seca
É um sinal que a chuva chega no sertão
Toda menina que enjôa da boneca
É sinal de que o amor já chegou no coração
Meia comprida, não quer mais sapato baixo
Vestido bem cintado
Não quer mais vestir gibão
Ela só quer só pensa em namorar
Ela só quer só pensa em namorar
Ela só quer só pensa em namorar
Ela só quer só pensa em namorar
De manhã cedo já tá pintada
Só vive suspirando, sonhando acordada
O pai leva ao doutor a filha adoentada
Não come não estuda
Não dorme nem quer nada
Ela só quer só pensa em namorar
Ela só quer só pensa em namorar
Ela só quer só pensa em namorar
Ela só quer só pensa em namorar
Mas o doutor nem examina
Chamando o pai de lado
Lhe diz logo em surdina
Que o mal é da idade
E que pra tal menina
Não há um só remédio
Em toda medicina
Ela só quer só pensa em namorar
Ela só quer só pensa em namorar
Ela só quer só pensa em namorar
Ela só quer só pensa em namorar

Luis Gonzaga

Desculpem-me o bairrismo





Desculpem-me o bairrismo



           Era um final de tarde, quando, na companhia de um grande amigo, visitava a cidade de Olinda, patrimônio cultural da humanidade. O vento que balançava os meus cabelos também trazia um som que vinha de longe, a paisagem parecia harmonizar-se com aquela melodia que se aproximava. Sem hesitar, decidimos ir ao encontro daquele som, que, para nossa felicidade, tratava-se de um grupo de jovens tocando e dançando fantasticamente o maracatu pernambucano.
              Fiquei emocionada ao observar, e, a cada passo saltitado por aqueles pernambucanos, orgulhava me mais e mais de ser nordestina. Via em cada olhar, rosto, gesto e molejo do corpo, algo que (desculpem-me o bairrismo! ) somente vimos nos nordestinos. Aquela expressão popular, tão bem conservada, manifestava a doce arte de ser do Nordeste. Digo, doce arte, pois um nordestino se conhece de longe, o seu sotaque melodiosamente arrastado, tão rico e repleto de regionalismo é como uma verdadeira poesia.
           Povo batalhador, que bravamente contradiz todos os preconceitos arraigados a seu respeito, quando, na figura de um sertanejo, enfrenta quilômetros (a pé) para trabalhar, e, ainda assim, é chamado de preguiçoso. Talvez as dificuldades que tenha que enfrentar, o faz assim, mais poeta, mais humano; o jeito caloroso de receber seus visitantes não se encontra em nenhuma região do Brasil; a sua fortaleza é sempre fonte inesgotável, quando tem que deixar sua terra natal em busca de melhores condições materiais, digo, melhores condições materiais. Mesmo partindo, não esquece jamais o que temos mais de precioso: a nossa gente. Assim fez o grande Luis Gonzaga, detalhe: fez, relatou e o mundo escutou.
            Pisar em solo nordestino, reviver aquela melodia, admirar nosso cobiçado cartão-postal (procurado por muitos), é encher-se de energia positiva, é poder agradecer a Deus por ser poeticamente nordestina. Desculpe-me o bairrismo, mas naquela hora, não tinha como não ser! Contudo, como todo bom cabeça-“chata”, convidamos os apaixonados pelo Nordeste para integrar a nossa calorosa família. Sejam bem vindos! Viva o Nordeste! Viva o Brasil ! Viva Olinda, patrimônio cultural da humanidade!






terça-feira, 1 de dezembro de 2009

Comédia da vida privada




Comédia da vida privada




       Quem me conhece sabe que eu já passei por situações das mais inusitadas, às vezes minha vida se transforma numa comédia da vida privada. Muitos desses momentos se deram em viagem, com direito a testemunha e tudo mais.
      Bom, certo dia, quando voltava de férias de Fortaleza, exatamente no dia 31 de julho de 2001, embarquei num vôo para Teresina, os vôos de Fortaleza para Teresina são bem rápidos e geralmente bem tranqüilos, mas nessa época, final das férias de julho, sempre lotam e é feliz quem consegue embarcar sem ter que enfrentar um “overbooking”.
    Consegui embarcar sem problemas. Estava sonhando com a volta para casa, quando ao procurar a minha cadeira, tive uma surpresa! Olhei para a cadeira de longe e vi uma pessoa sentada, ao aproximar do assento, percebi que se tratava uma celebridade do sertão! Para não confundir realmente a pessoa, coloquei os óculos, já que a miopia vive me traindo, então dilatei minha pupila em direção ao rosto daquela criatura e pensei: " parece o Reginaldo Rossi!", para sanar minha dúvida,olhei pro lado, disfarcei, e bem baixinho perguntei a um passageiro: “Senhor, aquele homem sentado naquela cadeira é o Reginaldo Rossi ? Não tinha outro jeito, tinha que perguntar, pois nunca foi fã de carteirinha do pop star do sertão e eu poderia estar enganada. O passageiro respondeu sorrindo: “é sim!”, e ainda sorrindo, perguntou-me: “ É a sua cadeira?”, e eu respondi: “é sim”. O homem teve uma crise de sorriso! E eu, que sou uma pessoa que tenho dificuldade para controlar um sorriso, comecei a sorrir também, sentei em uma cadeira qualquer e comecei a pensar: “Meu Deus, como é que eu vou pedir para o Reginaldo Rossi sair da minha cadeira?Será que eu pergunto a ele assim: “Sr. Reginaldo, o Sr. Sentou na minha cadeira, o Sr. poderia sair?”. Ou seria melhor adoçar seu ego artístico e falar:” ô rei, o Sr. sentou na minha cadeira.” Ou seria melhor fingir que nem conhecia o cara, se fazer de doida e mandar ele sair da cadeira. Mas ao mesmo tempo que pensava, o avião lotava e o dono da cadeira que eu estava, deveria chegar logo,logo. E... quando olhei para o lado, as pessoas que estavam sentados na fila da frente sorriam descontroladamente.
     Bom, depois que consegui controlar o sorriso e chegou o dono da cadeira que eu ocupava temporariamente, fui falar com o pessoal do serviço de bordo, daí cheguei lá e disse: “Tem uma pessoa sentada na minha cadeira e queria saber como posso resolver o problema, a aeromoça perguntou: Qual é a sua cadeira, respondi: “26A”, esse número nunca mais esqueci! Então ela olhou em direção á cadeira e começou a sorrir também... daí eu disse: “não é que o rei Reginaldo Rossi foi sentar exatamente na minha cadeira?” Só podia ser comigo mesmo, essas comédias da vida privada só acontecem comigo. A aeromoça foi falar com o Reginaldo Rossi e eu também. Saímos caminhando pelo corredor do avião e o povo começou a dizer: “Pega o autógrafo do rei”, “Reginaldo Rossi, desocupa a cadeira! “ a essa hora do campeonato eu já tinha perdido a minha cor, estava vermelha, porém, sorrindo também.
    Ao falar com o cantor, a aeromoça, educadamente, conversou com ele e apontou pra mim, nessa hora tive vontade de cavar um buraco no chão do avião de vergonha, os passageiros continuavam a sorrir e repetiam: “Fala para ele cantar uma música pra você.” “canta aí Reginaldo Rossi!” O mico era grande, eu estava em pé com um milhão de sacolas repletas de muambas cearenses, desde a rapadura até o chinelo de couro!
     Enquanto acontecia tudo isso e a aeromoça conversava com o cantor, um rapaz, um santo, esse deveria ser canonizado por sua gentileza, levantou-se da sua cadeira e disse:” Moça, pode ficar com a minha cadeira , que eu faço questão de negociar a cadeira com o Reginaldo.” E saiu sorrindo. Eu suspirei aliviada...
Depois de alguns minutos, conseguiram acomodar todo mundo e partimos rumo ao Piauí. Quando o avião chegou em Teresina, eu fui descendo a escada do avião e o povo foi perguntando para mim:” Ei menina que o Reginaldo pegou a cadeira, tu não vai pegar um autógrafo dele, não?” Nessa hora o Reginaldo escutou e veio até mim, nem lembro o que falei, mas que eu tirei uma foto, eu tirei, mesmo sem nunca ter comprado um disco dele!

 

segunda-feira, 30 de novembro de 2009

Dulce sueños



Dulce sueños

Sonhos de menina,
Mirando la existencia,
Se tu miras em meu olhar,
Me pongo a existir,
Olhos nos olhos,
Desejos a entrelaçar,
São números e letras,
Bailando a cerca,
E tu voltas a existir.
Desejos eloqüentes,
menino envolvente,
flores, beleza , realeza,
que me levam a ti.



Tempo





Tempo    
              
O Tempo é o adubo da experiência,
é o bálsamo e o acalento.
Tempo, mestre da maturidade,
senhor da horas,
amigo do olhar divino,
juiz das verdades
e obra do homem no mundo de Deus.



Rima da Vida


Rima da Vida

Escrevo o poema da vida,
nas trilhas do saber,
cada vocábulo uma conquista,
na labuta e no lazer.
Escrevo a rima da vida
no minuto do entardecer,
misturo letras e rimas
na escrita do viver.




 

sábado, 28 de novembro de 2009

Sueños de Bogotá





Suenos de Bogotá

Olhos de poeta, olhos que não esqueço jamais,
um poema, um beijo,
um cheiro de quem quer mais...
a vida tem dessas surpresas...
e as vezes esquecemos de viver, para não sentir mais....
É Espanha, é Brasil, é Bogotá,
Seja na América ou em outro lugar.
É Martini, letras e poemas,
Minutos que passaram,
E eu não esqueço jamais.
Números e letras se encontraram,
Com jeito de quem quer mais.
El azul de mi tierra,
Es uma musica com numero e claves,
Con reposo em invisible,
Es sol trás La colina,
Que aparece em todo lugar.
Quando chegastes,
os olhos se encontram,
são nobres sueños,
sueños de Bogotá.

quarta-feira, 25 de novembro de 2009

Passos pelo mundo





Passos pelo mundo

Passos pelo mundo,
mundo em uma vida,
vida em passos,
nos passos da vida....
Desejo de caminhar,
na vida do mundo,
passo no mundo da vida,
em passos do mundo.
Passos da vida,
no mundo da minha retina.



terça-feira, 24 de novembro de 2009

Frases

Frases... apenas frases...



         O tempo é o poema que escrevemos com as letras da vida.







 O minuto é filho de Deus, filho do tempo e dono do viver.










Não existe nada maior que a democracia do tempo! Ela é sempre justa e leal, passa igual para todos.




   O tempo são como as ondas do mar, um minuto chega e outro se vai.









A sabedoria e a experiência são asas que o tempo nos oferta, basta que aproveitemos.

sexta-feira, 6 de novembro de 2009

Envelhecer


Envelhecer

Perdoar a si mesmo pelos fracassos,
Deslumbrar-se pelo sucesso,
Engrandecer o mundo com a experiência adquirida,
Avançar o sinal finito,
Olhar o dia com outros olhos,
com olhos da maturidade,
da esperança...
Prosseguir e fazer a felicidade acontecer,
porque ela não reside na inércia dos acomodados...
É olhar para as crianças e lembrar da alegria de ser criança,
da criança de hoje, que mora dentro de cada um de nós.
É olhar para os problemas reais,
e pedir a Deus a solução.
É recordar a adolescência dos amores,
É amar com naturalidade,
É vencer a si próprio e encontrar o “eu” mais eu.
É emocionar-se com a infância,
É trabalhar,
É procurar amar e
saber olhar o envelhecer do sol,
que morre todo dia,
e nasce com o brilho da alegria de saber viver!

sábado, 10 de outubro de 2009

Fogo




                                                                     
                                                    Fogo

O calor que espalhaste em mim,
é intenso como fogo,
é o fogo em desejos...
Desejo seu fogo, menino,
sua pele e corpo inteiro.
O seu beijo é avassalador,
é extrato da testoterona,
cheiro, química e sabor...
no encontro de desejos.
Sua presença me protege,
sinto-me linda em seus braços,
somos almas, fogo e paixão,
calor, desejo e ação,
dentro e fora,
e por inteiro.




ASF

sábado, 25 de julho de 2009

Teus olhos



Teus olhos estão a me vigiar...

Tua retina, ah... tua retina...
me olha como uma Deusa do Sol.
Sou o teu sol a brilhar,
esquento-te com meu calor,
que começar no olhar.
Teu olhar tem cheiro telúrico,
Sou tua luz  e teu olhar
sou a Deusa, tua menina,
nos teus braços a encantar.

terça-feira, 30 de junho de 2009

Chorei




         Um dia chorei ao ler este poema... Veio de alguém muito especial.  Lindo ! Tinha que ser de Pablo Neruda.


É assim que te quero, amor,
assim, amor, é que eu gosto de ti,
tal como te vestes
e como arranjas
os cabelos e como
a tua boca sorri,
ágil como a água
da fonte sobre as pedras puras,
é assim que te quero, amada,
Ao pão não peço que me ensine,
mas antes que não me falte
em cada dia que passa.
Da luz nada sei, nem donde
vem nem para onde vai,
apenas quero que a luz alumie,
e também não peço à noite explicações,
espero-a e envolve-me,
e assim tu pão e luz
e sombra és.
Chegastes à minha vida
com o que trazias,
feita
de luz e pão e sombra, eu te esperava,
e é assim que preciso de ti,
assim que te amo,
e os que amanhã quiserem ouvir
o que não lhes direi, que o leiam aqui
e retrocedam hoje porque é cedo
para tais argumentos.
Amanhã dar-lhes-emos apenas
uma folha da árvore do nosso amor, uma folha
que há-de cair sobre a terra
como se a tivessem produzido os nosso lábios,
como um beijo caído
das nossas alturas invencíveis
para mostrar o fogo e a ternura
de um amor verdadeiro.

Pablo Neruda

sábado, 30 de maio de 2009

Voar


Voar

Não posso perder o poder de voar...
O vôo é expressão da minha alma.
A poesia é minha alma,
Não posso deixar de voar,
a leveza alimenta a alma,
alma de menina,
alma de mulher,
que não se cansa de aprender a viver.
Voarei no mundo dos sonhos,
e serei feliz,
porque sei oferecer minhas mãos,
para quem ainda não aprendeu a voar.

ASF


quarta-feira, 6 de maio de 2009

Cheiro de Poesia


Cheiro de Poesia


A minha biblioteca tem cheiro de poesia....
Drummond acena para mim,
e o cheiro paira no ar...
Poemas, fatos e acontecimentos me levam até Drummond!
Drummond é o amigo perfumado que me faz mais feliz.
Que Mário Quintana não me escute,
que Gabriela Mistral não leia,
que Manuel Magallanes Moure não sinta,
que Florbela Espanca não desconfie,
que Pessoa não ouça o que falo,
pois tenho muito mestres.
Sinto o cheiro de todos,
e todos perfumam as horas de meus dias.
Poesia é cheiro, é vida, é alegria!
Ah... perfumes...são tantos perfumes,
que a minha alma já não consegue enumerar,
mas algo sei dizer: é muito bom sentir o cheiro de todos!
Que eles permaneçam em mim!




terça-feira, 5 de maio de 2009

Parnaso





Filha da memória,
na candura do sorrir.
passam dias e vão histórias,
suas glórias e seu porvir.
do Parnaso, eles se foram,
Com suspiro fascinado,
De Apollo, o cortejo,
suas danças, seus anseios,
em um peito deslumbrado.


segunda-feira, 4 de maio de 2009

Alma de Poetisa




A alma da poetisa é feita de letras, uma película de letras, é isso! Uma película de letras que se transforma com o momento e exala emoções.
Mas para se transformar em letras, é preciso sentir...
é preciso sorrir,
é preciso chorar,
é preciso entregar o coração para mundo !
A alma de poetisa é delicada,
Balança com a natureza,
Se perde no mar,
Encanta-se com o óbvio,
Entrega-se com facilidade,
 Apaixona-se pela vida .
Encanta-se com versos...
chora com o coração,
sorri com o olhar,
Dorme com Drummond,
Acorda com Mário,
apaixona-se pela "Pessoa" de Fernando,
e se perde nas letras...
... quem entende uma alma-Poeta?
Já não existem mais almas-poetas,
O mundo precisa de poetas!
encontro de poetas...
Preservai as almas dos poetas.
Procura-se poetas!
Um poeta sente o cheiro de outro poeta,
É assim que acontece!
A poesia cheira, é o próprio perfume da alma,
Porque atravessa quilômetros,
Embriaga almas sensíveis,
Encanta almas delicadas.
O cheiro de poesia tem nome,
Só pode ser amor!

sábado, 25 de abril de 2009

Drummond















                                         Drummond
“A beleza ainda me emociona muito - não só a beleza física, mas a beleza natural. Hoje, com quase oitenta e cincos, tenho uma visão da natureza muito mais rica do que eu tinha quando era jovem. Eu reparava mais em certas formas de beleza. Mas, hoje, a natureza, para mim, é um repertório surpreendente de coisas magníficas e coisas belas. Contemplar o vôo do pássaro, contemplar uma pomba ou uma rolinha que pousa na minha janela...Fico estático vendo a maravilha que é aquele bichinho que voou para cima de mim, á procura de comida ou de nem sei o quê. Mas a inter-relação dos seres vivos e a integração dos seres vivos no meio natural, para mim, são coisas que considero sublimes.” (Carlos Drummond de Andrade) Fonte : Dossiê Drumond- (Geneton Moares Neto).

Impossível não registrar, Drummond, sempre Drummond!

domingo, 19 de abril de 2009

Maria

Maria,


        “Eu tenho tanto pra te falar, mas com palavras não sei dizer, como é grande o meu amor por você...” Ah... como é bom cantar! A música faz renascer o mais puro sentimento que vive no âmago da alma humana, ela faz exalar vibrações de harmonia no ar, daquelas que sentimos quando escutamos um canto gregoriano. Mas para cantar, é preciso viver a arte, a arte depositada pela energia do escritor no momento da criação, pois se assim não for, apenas repetiremos palavras, emitindo sons pelo ar, sem razão de ser, sem cumprir a missão do artista, aquele que um dia ofertou a alma em forma de letras para o mundo ouvir. Mas porque falar de música no dia hoje? Porque a data é 19 de abril, mais que um dia, é uma alvorada plena de alegria, momento revivido pelo amor divino sobre a terra na forma de mãe, é o dia de uma mãe, dia em que o despertar se torna mais bonito porque ela existe. A pureza do teu ser, plena de paciência, repleta de sabedoria, nobre no caráter, autêntica no viver, feliz na essência do ser, coberta da mais nobre fé religiosa que possa existir, fortaleza nordestina que Deus criou, mulher incansável do nobre prêmio-nobel da paz, mãe de Francisco de Assis, seu maior presente de Deus, é ela, simplesmente ela, a Maria! Maria que toca o coração de todos com sua calma infinita, com sua simplicidade espontânea e seu exemplo de luta sem cessar, reconhecido por todos. Se Deus pediu plenitude no exercício da maternidade, o seu pedido foi atendido no dia 19 de abril, nasceu Maria!
    Não é preciso ser mestre em semiótica para perceber, que alguém como minha mãe, só poderia ter o nome de Maria, a sua dedicação, equilibrada no bom senso, na abnegação, no saber dizer sim e não na hora exata, nas renúncias intermináveis, no rezar sem cessar por nossos sucessos, na alegria sempre estampada na face, fundamentada no amor materno, lhe faz assim, Maria! E nos fez assim, filhos de Maria. E quando surgem os elogios por suas obras, principalmente, a sua mais nobre obra, o Chiquinho, que é nossa também, sorrimos com a alma, porque aprendemos com ela, que a vida é um lugar de sonhos, construída com a força humana na labuta do dia a dia, na honestidade, no respeito, orientado pelo amor, vivido nos mais nobres valores do espírito, com um olhar fraterno, de lutas sem cessar, mas também de alegrias, orientadas por Deus, que nos presenteia todos o dias. E hoje, repito, 19 de abril, não pode terminar sem música e por isso canto: Mãe: “eu tenho tanto pra te falar, mas com palavras não sei dizer, como é grande o meu amor por você”. Parabéns, que Deus lhe conserve sempre assim, sendo a nossa maior lição de vida. Maria!

sexta-feira, 17 de abril de 2009

Chuva



       Olhar a chuva cair da varanda do meu apartamento é muito mais que simplesmente admirar um fenômeno da natureza. É para mim, alegria !!!! O barulho da chuva, o cheiro de terra molhada, e a temperatura mais amena emitem sensações maravilhosas para quem nasceu no Sertão, terra de muito sol. Quando a chuva aparece na terra seca, é sinal de muita fartura, de colheitas na plantação, de vida! Recordo-me que quando eu era criança, a chegada da chuva sinalizava a proximidade do Natal e era sempre motivo para festa. Esperávamos dias pela chuva, e quando ela chegava, a alegria se espalhava, chegava, também, a oportunidade de tomar banho de chuva na rua, de correr pulando no quintal de casa com o cachorro de estimação. Ah... tempo que não volta mais...
        Os anos passam e a admiração pela chuva permanece, são sensações boas do tempo de infância que se perpetuaram na minha mente, e hoje, quando vejo os pingos de chuva chegando, corro para a janela e ponho a imaginar... já não vivo mais no Sertão, aqui, onde vivo, a chuva é muito presente,é quase uma rotina, mas ainda assim, procuro destacá-la, não deixando-a perder o brilho, afinal, quem já vibrou muito vendo-a chegar, não esquece jamais de admirá-la.
        O dia amanheceu chuvoso, acordei e corri para a janela feito criança arteira, o sorriso transformou os meus lábios e também o meu semblante, já não corro mais na chuva, não pulo no quintal, mas a a alegria perdura, pois sei que muitos queriam admirar aquela chuva da minha janela. Pensei comigo, o dia de hoje será bom! E... nem terminava de imaginar, quando o telefone tocou. Era um amigo antigo, perguntando pela minha vida, que alegria!!!! Amigo de muitas jornadas, de confidências, de ajudas, de tempo de faculdade, alguém sempre presente, companheiro de cantorias, de farras e de ciência também. Grande amigo, respeitoso amigo, meu afilhado em seu casamento, que se multiplicou e trouxe mais uma amiga, a sua esposa, pessoa adorável, de uma natureza também muito especial. Que felicidade!!!! É impossível não exteriorizar esta alegria através de jubilosas manifestações. E não precisa nem falar da minha capacidade de externar essas emoções, quem me conhece sabe, sou um exagero em pessoa, pulo de alegria quando encontro pessoas queridas. E nessa hora, não poderia ser diferente, a alegria estampou-se na minha face, emitindo um longo sorriso de felicidade, acompanhado de nobres palavras.
         Ah... como é bom ter amigos! Eles são a extensão da minha alma. Salve a amizade, salve a chuva, salve a alegria de poder dizer: Amigos, que felicidade é receber notícias suas!

quinta-feira, 16 de abril de 2009

Dançar


                                        
                             Dançar

É a alma em movimento seguindo os passos de uma canção,
não se dança com os pés, dança-se com alma.
A ginga nasceu quando a alma decidiu dançar a alegria de viver.
Música, lazer da alma.
Dança, a arte em ação!
Não sei viver sem a música, não sei viver sem a arte.
Danço com alma.

domingo, 12 de abril de 2009

Armas químicas e poemas



Poemas, simplesmente poemas...
e o que diz um sistema ?
Leras soltas em um tempo que insiste em não existir...
que pena, seria muito bom receber um poema...
mass o que dizem os poemas?
ASF



Armas Químicas & Poemas


Engenheiros do Hawaii

Composição: Humberto Gessinger

Eu me lembro muito bem, como se fosse amanhã

O sol nascendo sem saber o que iria iluminar

Eu abri meu coração como se fosse um motor

E na hora de voltar sobravam peças pelo chão

Mesmo assim eu fui à luta... eu quis pagar pra ver



Aonde leva essa loucura

Qual é a lógica do sistema

Onde estavam as armas químicas

O que diziam os poemas



Afinal de contas

O que nos trouxe até aqui, medo ou coragem?

Talvez nenhum dos dois

Sopra o vento da paz pela praça

E já foi... já foi

Por acaso eu fui à luta... eu quis pagar pra ver



Aonde leva essa loucura

Qual é a lógica do sistema

Onde estavam as armas químicas

O que diziam os poemas



O tempo nos faz esquecer o que nos trouxe até aqui

Mas eu lembro muito bem como se fosse amanhã



Quem prometeu descanso em paz

Pra depois dos comerciais?

E quem ficou pedindo mais

Armas químicas e poemas?



http://letras.terra.com.br/engenheiros-do-hawaii/45714/

Encontro das Águas - Desencontro de Almas


Desencontro de momentos,
no encontro de almas.
 Reflexo de desejo,
desejo que cala.
Desencontros...
foi o amor que perdeu seu caminho,
pois o  seu vôo perdeu a visão e  ficou cego!


ASF


Encontro das Águas
Jorge Vercilo
Composição: Jota Maranhão / Jorge Vercillo

Sem querer te perdi tentando te encontrar

por te amar demais sofri, amor

me senti traído e traidor

Fui cruel sem saber que entre o bem e o mal

Deus criou um laço forte, um nó

e quem viverá um lado só?

A paixão veio assim afluente sem fim

rio que não deságua

Aprendi com a dor nada mais é o amor

que o encontro das águas

Esse amor

hoje vai pra nunca mais voltar

como faz o velho pescador quando sabe que é a vez do mar

Qual de nós

foi buscar o que já viu partir, quis gritar, mas segurou a voz,

quis chorar, mas conseguiu sorrir?

Quem eu sou

pra querer

Entender

O amor

Encontro de poesias



 Encontro de poesias

A poesia é a alma em letras...
é o conto de encanto,
no encontro de poemas...
Ah... poemas, sentimentos em letras
no encontro da vida, no desencontro das horas.
Sentimentos levados pelos ventos,
que se perdem no infinito,
no olhar de uma menina.







sábado, 11 de abril de 2009

Sentimentos perdidos

                                                                                      
Encontrei os sentimentos perdidos que se perderam nos meus, depois do encontro de palavras, as palavras partiram como um vento que chega e passa. Ficou apenas o sabor que no ar...  Mas, no coração, ficou a agelitude da amizade, as palavras...  elas seguiram nas asas da imaginação.

ASF

Quero



                

    Quero

Quero misturar teu cheiro com o meu,
ser cúmplice das nossas alegrias.
Quero emocionar-se com tua voz,
escutar teus sentimentos, falar dos meus,
e celebrar a vida!
És  um Poeta.
Quero um tempo nosso,
olhando nos teu olhos,
agasalhando-me nos teus braços,
embrigando-me de alegria.
Quero o beijo esperado,
teu desejo inebriado,
no minuto do nosso dia.
Não demores Poeta,
sou Musa, pele e  poesia.




sexta-feira, 10 de abril de 2009

Quando o amor vos fizer sinal


"Quando o amor vos fizer sinal, segui-o; ainda que os seus caminhos sejam duros e escarpados. E quando as suas asas vos envolverem, entregai-vos; ainda que a espada escondida na sua plumagem vos possa ferir."
                                              ( Khalil Gibran)

sábado, 4 de abril de 2009

Saudade


Saudade

Saudade palavra que parte,
parte de um todo que deixou de existir,
Saudade do que tá perto ,
Saudade do que tá longe,
Chora coração
Choraminga pobre coração...
Irrigado por veias e artérias da solidão,
Não para de bater, mas não vibra por um qualquer porquê.
ASF

Cajuinamente Teresina




Cajuinamente Teresina

Fácil encanto
pelo céu ensolarado.
Rio,sol,terra e pranto
do filho desgarrado.
Poty, Parnaíba e travessia...
és mesopotaneamente tranqüila.
És o sol que brilha,
no peito e na retina,
a minha querida Teresina.
Linda cidade verde,
verde cidade linda.
És poesia, vida e tempo,
não te esqueço em nenhum momento...
És verso em pensamento,
no meu peito o acalento,
Da cajuína cristalina.

Saudade



Saudade, saudade, contrapartida de quem um dia ousou amar, quem poderá te explicar? Quem poderá te neutralizar? Nem a filosofia, ciência das ciências, consegue explicar-te. Se somos pequenos para entender, que dirá vencer, mas como vencer o que não se conhece? Será que um dia o cientista encontrará um antídoto para o fim da saudade ? O fato é que, a saudade é uma ferida da alma que faz o corpo doer. Enquanto houver amor, haverá saudade. Amor pela mãe, amor pelo pai, amor pela terra, amor por amor..

            Saudade,


Lembrança de um momento vivido...
Encontro da esperança e da dor,
do amor e do ser.
Do fim de um querer...
Do início da partida, da mensagem perdida...
Saudades...
Platonismo de poetisa,
É hoje,é ontem é a partida...
Saudades ...
Da mensagem que chega,
Do sentimento que vai,
São duas vias...
Mas elas vão e não chegam mais...
           

Poema






Poema são muito mais que poemas... é coragem desenhada no peito de quem sabe amar. É vida nas mãos de uma poetisa.



Poemas

Poemas são almas da vida,

Poema-vida,morada da alma.

Vida-Poema,Poema-alma,Alma-poema.

Viva o poema!

Poema dos fortes...

das flores, do sol e da lua.

Da vida, da alegria e da tristeza,

do sorrir, do chorar, do sentir e do acordar...

Transforma esta vida, Poeta!

Exala tua alma e mostra ao mundo,

que é preciso arte para expressar a vida, um poema!

Vida, momentos de almas.

Alma, poema da vida,

Poema, vida na alma.

Poetisa, alma de um poema..




sexta-feira, 3 de abril de 2009

Pura poesia




Pura poesia

Você é poesia daquelas que não sai da cabeça,
É um verso lindo e exclusivo,
meu verso preferido.
É escrito sob linhas desencontradas e distraídas.
Você é a poesia que não se escreve,
Que vive no pensamento
e adormece no coração.
Você é poesia que não se publica,
Fica no pensamento de uma poetisa...
Você é verso do dia não vivido,
É poesia da saudade, é momento desencontrado.
Você é verso que não se esquece,
Aqueles de adolescente apaixonado.
Queria escrever um verso contigo,
O verso da vida, do dois em um,
Do dois multiplicado.       
Você é poema de um poeta amador,               
não conhece o esplendor...
e vive longe de teu amor.




Alma Perfumada




O cheiro de uma alma perfumada existe e eu já senti...
Sentir o cheiro do perfume de uma alma é algo que não se explica, apenas se sente!
É assim que acontece e não tem razão de ser...Feliz que sente o pefurme de outra alma.
Quem sente o perfume de uma outra alma descobre o que é ter afinidade.
Afinidade é quando uma alma transcende e sente a presença de uma outra alma.
Almas perfumadas... é muito bom sentir o perfume de uma outra alma.



Almas Perfumadas


Por Carlos Drummond de Andrade


Tem gente que tem cheiro de passarinho quando canta.
De sol quando acorda.
De flor quando ri.
Ao lado delas, a gente se sente no balanço de uma rede que dança
gostoso numa tarde grande, sem relógio e sem agenda.
Ao lado delas, a gente se sente comendo pipoca na praça.
Lambuzando o queixo de sorvete.
Melando os dedos com algodão doce da cor mais doce que tem pra
escolher.
O tempo é outro.
E a vida fica com a cara que ela tem de verdade, mas que a gente
desaprende de ver.
Tem gente que tem cheiro de colo de Deus.
De banho de mar quando a água é quente e o céu é azul.
Ao lado delas, a gente sabe que os anjos existem e que alguns são
invisíveis.
Ao lado delas, a gente se sente chegando em casa e trocando o salto
pelo chinelo.
Sonhando a maior tolice do mundo com o gozo de quem não liga pra
isso.
Ao lado delas, pode ser abril, mas parece manhã de Natal do tempo
em que a gente acordava e encontrava o presente do Papai Noel.
Tem gente que tem cheiro das estrelas que Deus acendeu no céu e daquelas
que conseguimos acender na Terra.
Ao lado delas, a gente não acha que o amor é possível, a gente tem
certeza.
Ao lado delas, a gente se sente visitando um lugar feito de alegria.
Recebendo um buquê de carinhos.
Abraçando um filhote de coala.
Tocando com os olhos os olhos da paz.
Ao lado delas, saboreamos a delícia do toque suave que sua presença
sopra no nosso coração.
Tem gente que tem cheiro de cafuné sem pressa.
Do brinquedo que a gente não largava.
Do acalanto que o silêncio canta.
De passeio no jardim.
Ao lado delas, a gente percebe que a sensualidade é um perfume que
vem de dentro e que a atração que realmente nos move não passa
ó pelo corpo.
Corre em outras veias.
Pulsa em outro lugar.
Ao lado delas, a gente lembra que no instante em que rimos Deus está
conosco, juntinho ao nosso lado. E a gente ri grande que nem menino
arteiro.
Tem gente que nem percebe como tem a alma perfumada!
E que esse perfume é dom de Deus..

A sua partida





A sua partida

Ele partiu sem pedir licença...
Das nossas alegrias, o registro em poesia,
Do meu amor, a certeza de que amei infinitamente,
Da mulher que fui, ficou a experiência.
O tempo passou e ele retornou...
retornou querendo meus abraços,
e entre barulhos de avião, chorou aos meus pés...
Mas não havia mais o tempo,
o encontro perdeu-se nas asas do tempo.
E o tempo mostrou...
mostrou que o meu amor foi imenso,
que a minha luz fez falta,
que em meus braços, havia a paz,
que a minha dedicação era muito mais que mais...
Mas o tempo passou...
e naquela hora, eu quis apenas a poesia,
porque tudo era passado,
mas ainda assim,
enxuguei suas lágrimas,
e ofertei um abraço amigo,
pois já não era mais tempo...
porque tudo ficou no passado.
Eu fui a flor do sertão,
o sol que iluminava,
a primavera e o verão,
mas o tempo passou...
e seus olhos não viram
o ato de amar.
E a flor, foi o que ficou.
 E ele?
continuou a andar,
procurando meu olhar em outras flores da vida.


Encontros



"A vida é a arte do encontro, embora haja tantos desencontros pela vida." (Vinicius de Moraes)

                  O arte do encontro é muito mais que apenas encontros, é o encontro de almas, de cheiros e de vida. A vida preprara cada momento, basta a gente saber escolher...os caminhos são trilhas que simplesmente existem! Os passos sempre serão pegadas de nossas escolhas.
                  Há passos solitários, há passos que são simplesmente passos, há passos que se vão, há passos que chegam, há passos que não voltam mais... Caminhar sempre... sempre caminhar, o importante é saber caminhar, acertar e errar o passo de cada estrada, é sobretudo, saber sentir o presente como quem pisa na praia...sentindo o cheiro de brisa no ar, olhando o mar que não tem fim. Olhando o amor desenhar...

Encontros são passos que se encontram...

 Encontro

Encontro de desencontros,
desencontro de um conto,
Conto de encontros,
no desencontro de encantos.

Conto e reconto,
o encanto e desencanto;
reencontro e encanto,
o conto do encontro.

Te encontro e me encanto,
pelo canto do conto,
conto e reencontro,
o conto do nosso encontro.

É canto de encanto,
o conto do reencontro,
conto e encontro,
o sonho do reencontro.