segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009

Carlos Drummond de Andrade



Carlos Drummond de Andrade


        Nascido e criado na cidade mineira de Itabira, Carlos Drummond de Andrade levaria por toda a sua vida, como um de seus mais recorrentes temas, a saudade da infância. Precisou deixar para trás sua cidade natal ao partir para estudar em Friburgo e Belo Horizonte.
        Formou-se em Farmácia, atendendo a insistência da família em graduar-se. Trabalha em Belo Horizonte como redator em jornais locais até mudar-se para o Rio de Janeiro, em 1934, para atuar como chefe de gabinete de Gustavo Capanema, então nomeado novo Ministro da Educação e Saúde Pública.
        Em 1930, seu livro "Alguma Poesia" foi o marco da segunda fase do Modernismo brasileiro. O autor demonstrava grande amadurecimento e reafirmava sua distância dos tradicionalistas com o uso da linguagem coloquial, que já começava a ser aceita pelos leitores.
       Drummond também falava sobre temas como o desajustamento do indivíduo, ou as preocupações sócio-políticas da época, como em “A Rosa do Povo” (1945). Apesar de serem temas fortes, ele conseguia encontrar leveza para manter sua escrita com humor e uma sóbria ironia.
      Produzindo até o fim da vida, Carlos Drummond de Andrade deixou uma vasta obra. Quando faleceu, em agosto de 1987, já havia destacado seu nome na literatura mundial. Com seus mais de 80 anos, considerava-se um "sobrevivente", como destaca no poema "Declaração de juízo".

Amar


1960 - ANTOLOGIA POÉTICA

Que pode uma criatura senão,
entre criaturas, amar?
amar e esquecer,
amar e malamar,
amar,desamar, amar?
Sempre, e até de olhos vidrados, amar?
Que pode, pergunto, o ser amoroso,
sozinho, em rotação universal, senão
rodar também, e amar?
amar o que o mar traz à praia,
o que ele sepulta, e o que, na brisa marinha,
é sal, ou precisão de amor, ou simples ânsia?
Amar solenemente as palmas do deserto,
o que é entrega ou adoração expectante,
e amar o inóspito, o áspero,
um vaso sem flor, um chão de ferro,
e o peito inerte, e a rua vista em sonho, e uma ave de rapina.
Este o nosso destino: amor sem conta,
distribuído pelas coisas pérfidas ou nulas,
doação ilimitada a uma completa ingratidão,
e na concha vazia do amor a procura medrosa,
paciente, de mais e mais amor.
Amar a nossa falta mesma de amor, e na secura nossa
amar a água implícita, e o beijo tácito, e a sede infinita.

Carlos Drummond de Andrade

domingo, 1 de fevereiro de 2009

Dedicatória

 Meu caro leitor,

     Um poeta sente o cheiro de outro poeta, é assim que acontece! 
     Sinto emoção quando crio, sinto emoção quando leio, é assim que acontece...
     O poeta tem sempre uma emoção latente no peito... a sua alma, ela é muito delicada, basta um sopro poético para a alma transcender. A inquietude da alma de um poeta é sentida apenas por quem sabe o que é transformar-se em poesia.  A minha alma de poetisa grita, chora, sorri, ama sem limites, explode com apenas um simples toque de poesia, não controlo a minha alma poética, pois ela é maior que meu ser, se algum dia perguntarem a mim se eu servi ao próximo, direi: servi sim, servi, doei minha alma em forma de letras, extrai do fundo do meu peito o mais doce néctar das minhas melhores qualidades, doei meus sentimentos em forma de letras e promovi o amor, a paz, a tranquilidade no mundo por meio das minhas palavras.
     As letras que me tranformaram em poetisa desde muito pequena, são as mesmas letras que me perpetuam. Vivo na infância de meu ser, encanto-se com provável, e com o improvável também, choro sorrindo, sei sorrir porque chorei, acredito nas pessoas, luto por um dia melhor, sei renunciar porque sei amar infinitamente, prezo pela sinceridade, choro com a falsidade. É... parece que vivo poeticamente... a poesia me fez assim, dizem por aí que isso é sensibilidade.
     Já amei Musos e Poetas, já me entreguei em forma de letras, já me perdi querendo me encontrar, também já chorei de alegria ao lado de alguém ao ler uma poesia feita para mim, fiz e faço mil vezes for preciso. Já fui Musa de um tímido poeta, e também de um poeta que nunca vi. Já vi um poeta aos meus pés declamando poesia de amor, mas também, já fiz poesias para alguém que fez não entender, que pena, minhas letras perderam-se no tempo....
      O coração de poetisa é assim... ama, sofre,  entrega-se  infinitamente.  Quero viver escrevendo, ainda que não leiam, ainda que não entendam meu ser, quero escrever para promover o amor, quero ser a alegria no rosto de quem ler, mas quero ser, principalmente, ser a a própria emoção que me habita.  Quero ser a poetisa da vida, alguém que escreve com o espírito alargado, alguém que não cansa de sentir...

     Pretendo despir minha alma neste blog, pois a alma de poetisa não precisa de roupagem, ela é transparente, e se você, meu caro leitor, emocionar-se, creio que cumpri a minha missão, pois sei que levarás um pouco de mim. Dedico este blog a todos os poetas, a todos que sabem o que é ser poeta. Que nele eu seja a Musa ou a Poetisa, que eu sorria ou chore, que encante ou desencante, que eu me encontre ou desencontre, que você, meu respeitável leitor, admire a minha alma. Que eu seja para ti: a arte, a música, o saber, que eu possa flutuar em seus pensamentos e habitar o cerne da sua sensibilidade, porque quem não sente, não aprendeu a viver, e se vida é sentir, que ela seja perene em forma de letras.

     Em especial, dedico, também, este blog ao meu irmão Francisco de Assis. Francisco é para mim um mestre da arte de saber viver ! Foi com ele que aprendi a olhar a vida de um forma diferente, de uma forma especial, a sua especialidade é um presente de Deus, com ele, entendi que a vida vale a pena, que somos humanos, que apredemos todos os dias, que sorrir é necessário, que o amor pelo próximo é essencial, que a paciência, a confiança, a honestidade, a sinceridade não podem residir apenas nas palavras, que o ato é muito mais valioso.  Aprendo com ele, a cada minuto da sua convivência, que um ato sem palavras é muito maior que palavras sem atos... a sua inocência e seu eterno coração de criança é meu paradigma. Francisco de Assis é uma lição diária de vida.

     Seja uma poetisa ou um poeta, pelo menos uma vez em sua vida, ainda que por um minuto que seja, e poderás sentir a leveza do ser. O mundo precisa de poetas, o mundo precisa de AMOR.
Enfim, que a poesia seja fonte de vida, que eu possa ser o amor em forma de letras, porque aprendi a viver assim, e não existe outro caminho, senão, viver amando.

Obrigada.
Adriana Simeão Ferreira. 

           DICA