quarta-feira, 1 de agosto de 2012

Serei poesia

Serei poesia


Voarei que nem as letras...
povoarei almas e serei emoção,
alcançarei o semblante dos apaixonados,
serei o suspiro no minuto do encontro,
e voarei deslizando na delicadeza da paz,
no aconchego das mãos,
tornando-me o mais puro amor,
transformando-me em letras...
até pintar o amor nas linhas de um caderno...
e assim serei letras...
E depois ? Depois, voarei até o mais íntimo de minha alma,
onde tudo começou,
onde o amor faz morada.

(Adriana Simeão)

segunda-feira, 7 de maio de 2012

Amar-te-ei





Amar-te-ei

Amar-te-ei por um minuto,
Amart-te-ei, ainda que as horas não existam,
Amar-te-ei no segundo de teu olhar,
Amar-te-ei na manhã de um dia de sol,
Amar-te-ei sentindo amar-te,
Amar-te-ei no colo do nosso amor,
Amar-te-ei.
Amar-te-ei em algum tempo.
E sem motivos para amar,
simplesmente,  amar-te-ei.

ASF

terça-feira, 10 de abril de 2012

Na beira do mar

Na beira do mar, esquecemos que a vida também existe lá fora.
Mas prá que lembrar? Se o cheiro inebria,
e a alma levita...
Se a vida passa lá fora...
que não passem os desejos,
porque tudo acontece,
e tudo aquece,
na beira do mar...

(Adriana Simeão)



sábado, 10 de março de 2012

Transparência

                 Transparência

Perdidos nos lençóis, exalamos transparência.

Já não sabemos se é hoje ou amanhã,
o relógio perdeu seu curso...
E no meio da transparência,
nos encontramos, com o passar das horas.

Adriana Simeão Ferreira

domingo, 30 de janeiro de 2011

Poetizar




Poetizar
O verbo latente no peito
é amor que germina,
é poesia que nasce,
é alma que explode,
no branco puro de um papel .
A mão que desliza
é amor que flui...
são as letras que germinam,
e palavras que semeiam...
o amor...
na alma do leitor,
no coração do mundo!

Adriana Simeão






 

sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Loucos passos


Loucos passos


Encosto teu olhar no meu...
e encontro-me em teus passos.
Perco-me na retidão dos meus passos,
procurando teu olhar...
E... na loucura de teus traçados,
escondo-me feito criança.
e... tu me procuras com um jeito alucinado,
e encontras os meus passos...
um tanto assim...assim... encabulados,
mas doce e inebriado,
por teu nobre compasso.
Ah... como tu gostas de meus passos...
E tu encostas em meus passos,
e eu perco o compasso,
do teu passo alucinado,
no nosso louco traçado.
Pois somos dois alucinados,
pela loucura de nossos passos,
e tu me ensinas um novo passo,
e perco-me em teus traçados,
e percorro muitos passos,
para o encontro de nossos passos.
Falta pouco para nossos passos,
misturarem os compassos,
e já nem sei quem é mais alucinado,
nesse doce traçado.
                                                                  (Adriana Simeão)



segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

A correnteza e a igualdade

A correnteza e a igualdade

A propriedade de ser igual é sempre muito questionada no dia-a-dia das relações, entretanto, nada como um exemplo prático para que possamos visualizar, na íntegra, a igualdade entre um ser humano e outro. Outro dias desses, enquanto atravessava a fronteira do Brasil com a Bolívia, fui testemunha ocular de um cenário eminentemente democrático. E, ao analisar aquele cenário, percebi que há algumas situações na vida, que por mais que o homem queira tornar-se diferenciado, o contexto não ajuda. A travessia de barco para chegar em Guayaramerin na Bolívia, partindo de Guajará-Mirim no Brasil, é um típico cenário onde a igualdade reina por alguns minutos. É entrar no barquinho e somos todos iguais !
A odisséia da igualdade começa quando entramos no barco e sentamos nos banquinhos de madeira, no barco não existe a classe executiva, mas apenas uma única classe: a classe "mega-super-ultra-hiper-econômica" ou também conhecida como "classe-esscorpião-no-bolso" !O valor da passagem é também único, tanto faz sentar na frente ou na parte traseira do barco. Ah... os salva-vidas são todos iguais e possuem o mesmo cheiro, não tem problema, todo mundo consegue um jeito de colocá-lo bem amarrado para não correr o risco de se soltar, afinal, a correnteza do rio é forte e o seu leito é extremamente caudaloso.
A travessia dura poucos minutos e é emocionante não apenas pela Natureza exuberante, mas principalmente pelo ambiente sui generis que ali se forma. Eu batizaria o momento de “momento evangélico”, sim, evangélico ! Lembra daquela aula de catecismo que a professora falava que éramos todos iguais? Pois é...o rico e o pobre ao entrar no barco são todos passageiros e dividem o mesmo espaço, pois é... há uma verdadeira transformação e os minutos e riscos são comugados de maneira iguazinha! Todos ficam ali sentadinhos um do lado do outro esperando chegar em Guayara ( oasis dos preços baixos) .
O vai-e-vem das ondas fluviais embala o operário da usina, o desempregado boliviano, a dona de casa, o juiz, o médico, o servidor público, o agricultor, a criança, o velho, o jovem e qualquer um que estiver ali sentado. Afinal de contas, a força da Natureza trata todo mundo de maneira igual, e é tão igual que, se cair no rio, a correnteza leva de todo jeito, não há uma entrevista prévia, ela leva mesmo ! Ainda que os rostos denotem emoções diferenciadas, não importa, todos possuem o mesmo objetivo: chegar do outro lado do rio vivo ! E para isso, não há outra maneira: é sentar no banquinho,equilibrar-se no barquinho, colocar o salva-vida e ser feliz ! E viva a igualdade!
É... na essência somos todos iguais! E quem duvidar, eu proponho um teste: caia no rio sem salva-vidas e verifique se a correnteza não lhe leva ? Risos...a correnteza, meu amigo, é por demais democrática ! Eu é que não duvido, quer duvidar ? Então leva seu currículo e joga na água antes de cair.
:-)



Adriana Simeão.