segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

A correnteza e a igualdade

A correnteza e a igualdade

A propriedade de ser igual é sempre muito questionada no dia-a-dia das relações, entretanto, nada como um exemplo prático para que possamos visualizar, na íntegra, a igualdade entre um ser humano e outro. Outro dias desses, enquanto atravessava a fronteira do Brasil com a Bolívia, fui testemunha ocular de um cenário eminentemente democrático. E, ao analisar aquele cenário, percebi que há algumas situações na vida, que por mais que o homem queira tornar-se diferenciado, o contexto não ajuda. A travessia de barco para chegar em Guayaramerin na Bolívia, partindo de Guajará-Mirim no Brasil, é um típico cenário onde a igualdade reina por alguns minutos. É entrar no barquinho e somos todos iguais !
A odisséia da igualdade começa quando entramos no barco e sentamos nos banquinhos de madeira, no barco não existe a classe executiva, mas apenas uma única classe: a classe "mega-super-ultra-hiper-econômica" ou também conhecida como "classe-esscorpião-no-bolso" !O valor da passagem é também único, tanto faz sentar na frente ou na parte traseira do barco. Ah... os salva-vidas são todos iguais e possuem o mesmo cheiro, não tem problema, todo mundo consegue um jeito de colocá-lo bem amarrado para não correr o risco de se soltar, afinal, a correnteza do rio é forte e o seu leito é extremamente caudaloso.
A travessia dura poucos minutos e é emocionante não apenas pela Natureza exuberante, mas principalmente pelo ambiente sui generis que ali se forma. Eu batizaria o momento de “momento evangélico”, sim, evangélico ! Lembra daquela aula de catecismo que a professora falava que éramos todos iguais? Pois é...o rico e o pobre ao entrar no barco são todos passageiros e dividem o mesmo espaço, pois é... há uma verdadeira transformação e os minutos e riscos são comugados de maneira iguazinha! Todos ficam ali sentadinhos um do lado do outro esperando chegar em Guayara ( oasis dos preços baixos) .
O vai-e-vem das ondas fluviais embala o operário da usina, o desempregado boliviano, a dona de casa, o juiz, o médico, o servidor público, o agricultor, a criança, o velho, o jovem e qualquer um que estiver ali sentado. Afinal de contas, a força da Natureza trata todo mundo de maneira igual, e é tão igual que, se cair no rio, a correnteza leva de todo jeito, não há uma entrevista prévia, ela leva mesmo ! Ainda que os rostos denotem emoções diferenciadas, não importa, todos possuem o mesmo objetivo: chegar do outro lado do rio vivo ! E para isso, não há outra maneira: é sentar no banquinho,equilibrar-se no barquinho, colocar o salva-vida e ser feliz ! E viva a igualdade!
É... na essência somos todos iguais! E quem duvidar, eu proponho um teste: caia no rio sem salva-vidas e verifique se a correnteza não lhe leva ? Risos...a correnteza, meu amigo, é por demais democrática ! Eu é que não duvido, quer duvidar ? Então leva seu currículo e joga na água antes de cair.
:-)



Adriana Simeão.



segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Falta muita poesia no mundo

    
   
Ainda falta muita poesia no mundo, quem dera eu pudesse encontrar um poeta em cada esquina da vida. Seria um sonho, imaginem todas as esquinas do mundo sem guardas, mas apenas com poetas e artistas ?   É ... seria a cidade dos sonhos, eu só iria trabalhar a pé... afinal, que maravilha seria chegar ao trabalho e ter encontrado pelo caminho alguns Quintanas, Jobins, Patativas do Assaré... um em cada esquina ! Nossa, que sonho ! E quando eu desejasse cantar no meio da rua, pararia em uma esquina e cantaria com um Caetano; também acompanharia os dedos de Mestre Dezim terminando uma peça; abraçaria Belchiors; iria até o Piauí e falaria com Torquato Neto; dançaria com Gonzagões a essência do povo nordestino; esperaria a próxima edição de sonetos de Vinícius numa esquina do Rio; esperaria Mário Quintana chegar em seu hotel em Porto Alegre... chamaria Dorival para conversar numa esquina de Salvador... é... como nossas esquinas seriam lindas. Eu viajaria só pra encontrar Neruda, Fernando Pessoa, Gabriela Mistal, Florbela Espanca e outros e mais outros por este mundo de meu Deus, ah... como o mundo seria lindo!

     Ih... eu ia querer trabalhar perto do mineiro Drumomnd, e todo os dias eu chegaria mais cedo só pra encontrar com Drumond em uma esquina, sei que seu jeito tímido de ser não daria muita chance para eu falar com ele, mas não importaria, só o cheiro do seu caminhado de poeta seria suficiente para a minha felicidade. Bom, acho que terminaria mudando de profissão... e ia tentar conseguir uma vaga de Gari, é... mas sei que seria difícil, afinal, no mundo dos sonhos, todo mundo ia querer trabalhar ao lado de poetas e artistas... imagina o que seria trabalhar com Vinícius fazendo um soneto para você? risos... É... seria difícil mesmo! Pois a vaga seria disputada e o concurso teria como requisito: atributos da alma; atributos de poetas! Sabe aqueles atributos necessários para admirar a beleza da vida? Pois é... seriam eles...pois é preciso ter muita alma, muita alma mesmo para ser poeta ! É preciso ter uma alma alargada, daquela que admira todos os carismas que passam por você, até o carisma de políticos, não importa. Feliz daquele que sabe admirar o carisma de uma pessoa, é sinal que a sua alma vive, e para ter uma alma viva só é preciso ter coração, não precisa de estudo, nem de cursos, nem de intelectualidade, não precisa ser alfabetizado, o importante é ter alma! Ah... como falta alma de poetas no mundo... quero o mundo do poetas, precisamos de um mundo só com poetas, precisamos de paz.
     A cidade dos sonhos só será possível quando as pessoas encarnarem a alma de poeta..., sim, é isto mesmo !Precisamos de almas de poetas para encontrarmos a paz...precisamos admirar os atributos da alma. O mundo está equivocado, falta alma de poeta, falta amor, por isto não encontramos a paz...
     Ah... quero voltar para o início deste texto... descobri que nas nossas esquinas só tem guardas...já sei, vou dormir, assim encontrarei muita poesia, porque tá difícil encontrar gente acordada com alma de poeta!


Adriana Simeão.

quinta-feira, 25 de novembro de 2010





Chile


Já não sei o porquê das horas...
Aqui, o tempo são letras,
meus passos, um ritmo,
minha vida, as palavras,
e meus desejos, um Decreto...

(Adriana Simeão)


quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Natureza





Natureza
Do sol, quero o brilho
Do frio, a presença marcante...
Do mar, a energia envolvente,
e assim... tranformo-me em Amor...
ASF

Versos



          Versos
Os versos que construo,
levam um pouco de mim...
tal qual a luz de um flash,
transforma-me em arte.
Os versos que recebo,
me fazem assim...
um pouco menina, um pouco mulher,
e entre letras e versos,
diluo-me nas mãos de um poeta.

Adriana Simeão Ferreira



Arte

                                                                          
                                                                             Arte

A emoção floresce sem pedir licença,
e no meio da pureza,
nasce o encontro do sorriso e da lágrima.

Adriana Simeão Ferreira

Tuas Palavras






Tuas palavras

Gosto das tuas palavras,
palavras que me guiam,
palavras de descobertas,
descubro-me, encontro-me nessas palavras...
Procuro tuas palavras,
teu verbo mais seguro.
Seguro-me em ti,
envolvo-me em teu pensamento,
escrevo meu verbo,
encontro-te em cada verso,
no universo das nossas palavras.
Emociono-me com tuas palavras,
no sorriso, esqueço o verbo,
na nostalgia, volto contigo,
no tempo chileno, das tuas palavras...
Já não tenho tanta palavra,
e assim, descubro-te,
no mundo das tuas palavras.
Falei de Neruda,
e fiquei sem palavras,
perco-me, escutando-te,
no universo das nossas palavras.

(Adriana Simeão Ferreira)


Pablo Neruda

domingo, 10 de outubro de 2010

Poesia e Tango




Queria ser uma poesia,
daquela que provoca suspiro, e então...
me vestiria de emoção e seria o brilho nos olhos dos enamorados,
seria também o calor do passos de um Tango numa noite de frio,
e com a mesma emoção, ah.... com a mesma emoção... desenharia um minuto.
escorregaria por entre as mãos... beberia o vinho mais nobre,
e seria a palavra de explosão no momento de prazer.
Porque poesia é emoção, vida e prazer.

Adriana Simeão

Nordeste em mim





Nordeste em mim

Morada do sol em meu corpo,
corpo em brasa,
é sol que nasce e não se esconde,
na beira do mar.
Caminho no ritmo de um coqueiro,
são pernas que se cruzam,
corpos que balançam,
com a brisa do mar.
É mar, é sol, é cheiro de maresia...
ar que me aquece,
aqueço- me em teu corpo,
e não posso parar...
Nordeste em meu corpo,
como sol a brilhar,
se me perco te procurando,
é porque não posso parar.
Quero o sol no meu corpo,
esquentando o olhar,
quero o brilho do dia,
na beira do mar.
Se nordestina é que sou ?
não posso parar...
aqueço-me em teu corpo,
que me põe a bailar.
O ritmo impregna minha alma,
mistura os passos,
molha o meu corpo,
ferve meu seio,
deixa meu cheiro,
nas ondas do mar ....
O Nordeste me fez assim,
sou doce, forte e natural,
danço com a alma,
aqueço com o olhar,
e admiro a vida,
na beira do mar.
Meu corpo lembrou do Nordeste,
somos sol, calor, e amor que aquece,
sou brasa, brisa e calor,
se nordestina é que sou?
tenho um doce sabor...
Se nasci assim,
não posso parar,
me abraço em teu sol,
deixo meu cheiro em teu corpo,
misturo meus passos,
confundo-me em teus abraços,
descubro teu corpo,
na beira do mar.

(Adriana Simeão)

Poesias

As poesias são chuvas de letras que inundam a alma e escorrem na forma de sentimentos.



(Adriana Simeão)

Na trilha da vida

É preciso que conheçamos cada trilha de nosso ser para estarmos sempre no caminho certo. Às vezes, é necessário avançar, em outras, parar. Mas se caminhar por essa vida fosse fácil, ninguém erraria o caminho. O essencial é tentar caminhar.

Adriana Simeão

Letras

Se um dia transformar-me em letras, quero ser lida na beira do mar... e assim então, sentirei o sol, serei vista pela lua, admirada pelo céu e abraçada pelos ventos; deitarei na areia, escutarei o mar e sentirei minha pele tocando o sal da vida.

E depois, ah... e depois... depois fugirei em um barco desfrutando da liberdade de ser uma poesia.

ASF

Vestida de versos

                                       
                                          Vestida de versos
  

Os versos que embalam,
são as ondas do mar...
invadem, preenchem e aquecem,
a poetisa a passar...
Quero vestir-me de versos,
quando o sol acordar,
desenhar meu corpo nos ventos,
em pleno luar.

Adriana Simeão.

domingo, 3 de outubro de 2010




A alvorada da alma aquece o sol das entranhas,

beijo o vento e me espalho no dia,
resfrio-me nas montanhas e me perco na noite.
Entrego-me ao luar,
refugio-me no encontro dos versos,
deixo gozo e esplendor,
no rastro de um poema.
Na janela, fico afoita,
sou flor, luz e amor,
misturo-me com as letras,
transformo-me em colheita,
de amor e beleza,
nas mãos de um Poeta.

Adriana Simeão



sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Tango






Tango

Eu vi o Tango passar,
Tango, puerto de mi alma...
Tango em forma de poema,
Tango que me embala.
São tantos Tangos e letras,
são sentimentos em versos,
são letras que se cruzam,
num instante a bailar.
E eu vi o Tango passar,
passos cruzados,
passos de duas almas,
almas que cruzam,
sentimentos que bailam,
pernas que escrevem... um texto de encantar.
Ah...como é bom testemunhar o tango passar...
os versos se cruzam e as pernas escrevem os sentimentos a bailar.
Ah... nunca esquecerei o Tango a passar,
quiero mi alma bailando,
mi pernas encantando,
os sentimentos a passar.

Adriana Simeão


terça-feira, 10 de agosto de 2010

Varal do Tempo


                                                                      


Varal do Tempo

Deixei meu poema no varal do tempo,

seguro com prendedores feitos de sentimentos,

imerso na Natureza e na vida.

Ele alcança o ar, o mar, o sol e a lua,

a espera de alguém para vesti-lo.



Deixei meu poema no varal do tempo,

entre letras, ritmos e sintonias,

misturando-se com a música,

embalando corações e adormecendo almas,

no nascer do dia.



Deixei meu poema no varal do tempo,

nele, deixo o cheiro de minha alma.

E o brilho é tão grande, que encanta olhares e pássaros,

muda o próprio tempo e espalha alegria,

enobrece o coração no livro da vida.



Adriana Simeão Ferreira
 

quarta-feira, 30 de junho de 2010

Dobrando o mapa




Dobrando o mapa


Quero amanhecer em teus braços,

Anoitecer com teu calor,

Sentir a alma ferver no inverno,

refrescar o verão,

e sentir a primavera.

Em qualquer tempo, quero...

Quero e tudo o quero é seguir teu olhar,

Encontrar-me em sua boca,

Perder-me no seu olhar,

São encontros de caminhos,

Caminhos a desenhar...

ASF




quarta-feira, 5 de maio de 2010

E pegar o sol com a mão


Ontem eu peguei o sol com a mão!

Era um pôr do sol lindo e majestoso!!!!!
E eu olhava para aquele sol, que iluminava o meu sorriso, como uma criança que observa o mundo, admirada da beleza que cobre a terra.
Ah... como é bom pegar o sol com a mão.
E o sol estava ali... majestoso sol, do meu lado, dentro e através de mim.
Que alegria é saber pegar o sol com a mão! E... no meio de tudo, um sorriso...
Um sorriso admiradno a minha alegria de saber pegar o sol com a mão.
Sorrisos... que maravilha é um sorriso! É o reflexo da alma, e no meu,
o reflexo de um sol. Como é bom sentir o calor do sol e pegá-lo com as minhas mãos.
E nesse cenário, digno de um bolero de ravel, contornado pelos ditames da vida, peguei o sol com a mão.
As curvas do meu corpo, iluminada pelos raios do sol, deixava um rastro que caracterizava um balé de uma Deusa. A suavidade dos meus passos acompanhava o ritmo de um sol a se pôr. E sorriso, há o meu sorriso... ele foi visto na minha alma, ecoando o som da natureza e a minha luz, a minha luz ... a luz que não é minha, mas sim do sol, brilhou nos olhos de quem me admirava, acho que foi o sol. O sol que eu peguei com as mãos.

ASF

domingo, 2 de maio de 2010

Morada da alma


Um poeta nunca morre, nunca envelhece,

As formas permanecem na memória das almas...

O dom de transformar-se em letras é mais que um dom,

é estar em dois planos de existência mas em um corpo só.

Às vezes, só, mas nunca sozinho.

A alma dos poetas transcende o seu ser e habita em várias almas, porque

a morada dos sentimentos é morada da poesia e a morada da poesia é a morada da alma.

ASF

sexta-feira, 30 de abril de 2010

Palavras

Um palavra não pode ter costa, a fortaleza de uma palavra enfraquece quando a oportunidade e conveniência mata a sua realeza.Uma palavra não pode ter costa, assim como a verdade não pode ter costa.
Uma face é atributo de tudo que é verdadeiro. Fico triste quando encontro no mundo palavras soltas e banhadas de interesses que não refletem a verdadeira vontade da alma. Infelizmente!




A poesia espalhou no ar o cheiro da alegria,

poesia, representação de um sentimento.

Sentimentos...

ah sentimentos.... espelho do sentir.

Formas, representações...

alma materializada.

Poesia...

Poetas, profetas da vida.

Almas que expressa as formas da vida.

Espaço do saber, sabedoria que vibra.

Coração representado no espaço das letras,

letras que vibram...

vibram no seio de uma alma.

O cheiro de poesia encontra-se no ar,

letras perpetuam momentos vividos nos espaços da vida.

Poesias, mergulhos do espírito no mar de leveza,

oxigenação de um momento.

Poesia...

é preciso poetizar a vida.

ASF


 

sexta-feira, 23 de abril de 2010

Calor que chega



Calor que chega e se espalha.

Temperatura que vem de dentro,

No clima da alma.

É tempo de calor!

Para o corpo não há inverno.

Quando o corpo aquece,

o inverno acaba.

Cheiros misturam-se,

Corpos confundem-se,

Mas será um verão?

Sim, um verão,

é calor, fogo e paixão,

dois corpos e um verão,

um verão de duas almas.

ASF

terça-feira, 30 de março de 2010

Teu gosto




Teu gosto é a minha poesia,
nossos cheiros tranformam-se em versos.
e nosso olhar, em suspiro...


ASF

Calor




Calor...
 Espelho de desejos.
Calor que me habita,
Calor...
cheiro, emoção e molejo.
Calor...
suor e desejo.
Movimenta a emoção.
Transporta essa energia.
que é fogo, calor e paixão...
Calor...
Cheiro de alma fervendo,
desejo enlouquecendo...
e um amor renascendo.
Calor...
Amor do sertão,
Calor que eterniza,
Calor...
Fogo que não se apaga
Ferve, troca e se propaga...
 
ASF
 

domingo, 28 de março de 2010

Consideração



A consideração é sentimento puro, seus pilares são a sinceridade, a constância, e o desinteresse. A fragmentação de qualquer um desses pilares, transforma a consideração em sentimento viciado e frágil.
A consideração é o amor na sua forma fraterna, deve ser perpétuo, sincero e nobre.


AFS

sexta-feira, 26 de março de 2010

Escrever ...



Escrever é mais que simplesmente deslizar o lápis...
É retratar a imagem da alma...
Expandir a alma é transformar-se em momentos... é ser a própria poesia.
Que eu seja a poesia, que eu seja a alma que não para de sentir.
Que eu seja o poema .

ASF

quarta-feira, 24 de março de 2010

Cecília Meireles


"...Liberdade, essa palavra
que o sonho humano alimenta
que não há ninguém que explique
e ninguém que não entenda..."
                             
(Romanceiro da Inconfidência)




Cecília Meireles


Filha de Carlos Alberto de Carvalho Meireles, funcionário do Banco do Brasil S.A., e de D. Matilde Benevides Meireles, professora municipal, Cecília Benevides de Carvalho Meireles nasceu em 7 de novembro de 1901, na Tijuca, Rio de Janeiro. Foi a única sobrevivente dos quatros filhos do casal. O pai faleceu três meses antes do seu nascimento, e sua mãe quando ainda não tinha três anos. Criou-a, a partir de então, sua avó D. Jacinta Garcia Benevides.


A arte de ser feliz


Houve um tempo em que minha janela se abria
sobre uma cidade que parecia ser feita de giz.
Perto da janela havia um pequeno jardim quase seco.
Era uma época de estiagem, de terra esfarelada,
e o jardim parecia morto.
Mas todas as manhãs vinha um pobre com um balde,
e, em silêncio, ia atirando com a mão umas gotas de água sobre as plantas.
Não era uma rega: era uma espécie de aspersão ritual, para que o jardim não morresse.
E eu olhava para as plantas, para o homem, para as gotas de água que caíam de seus dedos magros e meu coração ficava completamente feliz.
Às vezes abro a janela e encontro o jasmineiro em flor.
Outras vezes encontro nuvens espessas.
Avisto crianças que vão para a escola.
Pardais que pulam pelo muro.
Gatos que abrem e fecham os olhos, sonhando com pardais.
Borboletas brancas, duas a duas, como refletidas no espelho do ar.
Marimbondos que sempre me parecem personagens de Lope de Vega.
Ás vezes, um galo canta.
Às vezes, um avião passa.
Tudo está certo, no seu lugar, cumprindo o seu destino.
E eu me sinto completamente feliz.
Mas, quando falo dessas pequenas felicidades certas,
que estão diante de cada janela, uns dizem que essas coisas não existem,
outros que só existem diante das minhas janelas, e outros,
finalmente, que é preciso aprender a olhar, para poder vê-las assim.



Autor: Cecília Meireles

Tempo vazio

       
 Tempo

Tempo perdido no vazio,
vazio de palavras que se foram,
desejo de amizade que não chega,
palavras de um dicionário desconhecido.
Palavras que não se escrevem.


Adriana Simeão.

terça-feira, 23 de março de 2010

Poeta Pedro Padro




Homenagem ao poeta chileno Pedro Padro.

Pedro Prado nació en Santiago el 8 de octubre de 1886. Su poesía surgió en un contexto donde interactuaban dos poéticas antagónicas; por una parte, el modernismo rubendariano, de espíritu cosmopolita y referentes franceses, y por otra, un nacionalismo que se tradujo, en la lírica chilena, en la exaltación de los valores regionales, a los que se les insufla una suerte de aliento universal. Figuras representantes de estas dos tendencias son, respectivamente, Pedro Antonio González y Carlos Pezoa Véliz.


"Não façam barulho em torno dela,porque está empenhada em batalha de simplicidade..."



Flores de cardo

“No sé si pienso en algo o bien en nada.
En puntillas se van las horas calladas.
Duerme mi voluntad i duerme mi conciencia
I libran mis manos de toda estraña influencia.

I mis manos se mueven como seres vivos,
seres que parecen ajenos a mí mismo.
Yo las miro hacer i luego no las veo
que de nada me sirven los ojos que llevo”

Pedro Prado.

segunda-feira, 22 de março de 2010

Alma Humana




A alma humana é fonte de todo o nosso ser. A vida vai passando, e, cada vez mais, vejo que o equilíbrio de tudo que nos rege, encontra-se na nossa alma. A paz, a felicidade, o amor que expressamos, as nossas atitudes originam-se no nosso interior e são emitidas para o mundo externo formando um ciclo anímico que começa e termina na própria pessoa. Quando nos deparamos com uma pessoa triste, percebemos a sua alma encontra-se enfraquecida, e a sensação que temos é que lentamente a pessoa perde a habilidade para vencer as vicissitudes que a vida lhe apresenta. Por outro lado, quando encontramos a felicidade estampada no rosto de uma pessoa, encontramos também fortaleza, energia e uma vitalidade inesgotável. Não poderia ser diferente, somos aquilo que cultivamos. Saber cultivar o lado bom da vida, deveria ser ordem do minuto de vida de cada ser humano, afinal, nascemos e passamos pela vida procurando a felicidade. É claro que nem sempre a vida é tão generosa, mas não podemos esquecer também das maravilhas que ela nos oferece, saber caminhar com delicadeza pela vida é uma arte que aprendemos todos os dias, cada pessoa constrói o seu caminho e desenha o seu cenário. O ideal é que este cenário seja sempre fruto do melhor de cada momento, ainda que o momento vivido requeira mais do que possamos oferecer.

ASF


quinta-feira, 11 de março de 2010

Dia das Mulheres



DIA INTERNACIONAL DAS MULHERES





           A natureza feminina é poética, aliás, acredito que é a própria poesia. É isso mesmo, tornamos a vida mais amena, somos universais, criamos e somos criadas, possuímos formas sensíveis habitada por uma alma delicada, delicada... às vezes, somos alegria, mas em outras, somos também lágrimas. Construímos a nossa trajetória por meio de versos, ... São tantos versos .... que nem contar, a gente consegue. São versos vitoriosos, versos de labuta, versos de renúncias, versos que só a gente consegue explicar.
         No dia de hoje, preciso lembrar de duas mulheres extraordinárias: minha mãe e minha avó. Parabéns para essas mulheres! Elas são poemas compostos de versos escritos em uma linguagem universal: a linguagem do amor.
          E como música é poesia, e poesia é mulher, ofereço trecho de suas músicas preferidas. Para minha mãe, "Maria Maria", para minha avó, "Fica sempre um pouco de perfume".
 
Fica sempre um pouco de perfume

Fica sempre um pouco de perfume
nas mãos que oferecem rosas
Nas mãos que sabem ser generosas
Dá o pouco que se tem a quem tem menos ainda
enriquece o doador
faz sua alma ainda mais linda
Dar ao próximo alegria
Parece coisa tão singela
Aos olhos de Deus das artes porém é a mais bela

Maria, Maria

É um dom, uma certa magia,
Uma força que nos alerta
Uma mulher que merece viver e amar
Como outra qualquer do planeta
Maria, Maria
É o som, é a cor, é o suor
É uma dose mais forte e lenta
De chorar uma gente que ri quando DEVE
E não vive, apenas aguenta
Lere, lare, Lere, lare.lêre, lare
Mas é preciso ter força
É preciso ter raça
É preciso ter gana sempre
Quem traz nenhum corpo uma marca
Maria, Maria
Mistura a dor e uma alegria
Mas é preciso ter manha
É preciso ter graça
É preciso ter sonho sempre
Quem traz na pele essa marca
Possui uma mania estranha
De ter fé na vida

Às demais mulheres da família, em especial, às minhas irmãs, também envio o meu carinho em forma de verso:

"Tu és, divina e graciosa
Estátua Majestosa do amor
Por Deus esculturada
E formada com ardor
Da alma da mais linda flor
De mais ativo olor
Que na vida é preferida pelo beija-flor"

Regina, Soraya, não poderia ser diferente, somos versos de um poema sublime chamado Maria.

Para todas mulheres da nossa família:

UM FELIZ DIA DAS MULHERES!

quinta-feira, 4 de março de 2010

Vida, caminhos...

    
 Vida, caminhos ...
A vida é um aprendizado constante, traçar a rota da nossa existência, sem perder a simplicidade, a naturalidade, o equilíbrio e a paciência, deve ser o nosso maior objetivo.
Os caminhos, as rotas, são resultados das nossas ações e das nossas escolhas.
A sensibilidade é o primeiro sinal de que a alma aprendeu a viver.


ASF 

terça-feira, 2 de março de 2010

Emoção




                                           
                                                                   

                                                                     Emoção
                    
Às vezes, penso que a emoção está em desacordo com a moda. Meu Deus, será que estou ficando anacrônica ? Bom, se sorrir, pular de alegria e abraçar é anacronismo, quero um lugar no museu da vida, cadeira cativa!





ASF

segunda-feira, 1 de março de 2010

Pensar




Pensar é reorganizar as ideias.
Sentir é entender o verdadeiro cerne de uma ideia por meio da alma.
Pensar e sentir são passos largos de quem sabe caminhar pela vida.
Há caminhos, há veredas, há também voltas, o importante é saber caminhar de maneira sinuosa pelos caminhos que a vida nos oferece, às vezes, é preciso seguir com o pensamento, outras, com o sentir...

(Adriana Simeão)


sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

Vida

  

             A vida é suave como pensamento, leve como a alma, majestosa como uma flor no jardim, é assim que deve ser. Misturam-se os gestos, esquecem as formas divinas de natureza superior e o ser humano confunde a beleza da vida. A suavidade da música de boa qualidade é o mais doce acalento para as almas, a beleza da poesia é registro da sensibilidade que emana das qualidades mais nobres. Inebriar a alma de amenidade é fortalecer-se para a vida, pois o alicerce do espírito reside nos pilares do amor. A paciência, a altivez, a humildade são expressões que sempre acertam e escrevem um caminho repleto de uma riqueza incomparável, a riqueza da alma. Essa riqueza não se acaba, ela se perpetua para sempre exalando um doce perfume no ar.
            A felicidade, ela é simples como um vôo de um pássaro, tão leve e suave, que às vezes, nem se percebe que se é feliz. Que o pensamento voe, que as almas sejam leves e que todos possam comemorar o minuto de cada dia com leveza de ser.

(Adriana Simeão)


http://www.youtube.com/watch?v=5UeFOIoWJwk

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

Dona Antônia

    




   Aos 90 anos de idade, ela, Dona Antônia, é nossa eterna professorinha. Boneca de olhos azuis, dignos dos maiores elogios de seu grande amor, o Ludgero, é nossa boneca de louça. Mulher vanguardista do sertão piauiense que trabalhava oito, dez horas por dia numa época em que 99,9% da mulheres nem sonhava em trabalhar. Encantada pelos livros e pela educação, plantou na família Simeão o gosto pelos estudos. Fomos testemunhas de diversos de seus atos heróicos voltados para a educação, mas tem um que guardo em minha memória, foi nos anos oitenta, quando a prefeitura de Altos fechou a única escola primária do Sítio Bom Gosto. Indignada, ela batalhou até o final do o final do governo para conseguir trazer a escola de volta para aquele Sítio. Enquanto isso, mesmo estando aposentada, passou a ministrar as aulas na varanda da sua casa para que as crianças não ficassem sem aula e sem a sonhada merenda, alimento principal para muitos deles. Depois de algum tempo e de uma longa batalha na prefeitura de Altos-PI, para sua felicidade, a Escola primária voltou a funcionar. Ela alfabetizou inúmeras crianças naquele chão de meu Deus, onde a educação era única esperança daquela gente que ali vivia. Suas vitórias foram muitas, tendo ex-alunos que são hoje profissionais renomados no Brasil inteiro, e que choram de emoção ao encontrá-la. Alguns chegam até falar que ela foi a luz para muitos daquele lugar.
      Mas porque falar de Dona Toinha hoje? Porque ela saiu do hospital e encontra-se ótima depois de um susto que seu coração nos deu. Hoje ela voltou para os braços de seu grande amor, seu Ludgero, que a esperava em casa ansioso. Salve, salve a dona Toinha, a nossa Sivó, essa mulher guereira de coração forte que não mede esforços para amar e viver intensamente.

(Adriana Simeão )

Sol do litoral




    

      Hoje o sol amanheceu iluminado, não que o sol não seja iluminado, mas tem dias que ele aparece de maneira tão imponente, que quando olhamos para ele, parece que nos diz: hoje nasci para você ! No litoral do Nordeste esse tipo de sol é muito comum, ele já acorda exageradamente lindo! Mas aqui na região Norte, apesar de possuir um belíssimo pôr do sol, ele nem sempre nasce com essa cara de praia. Hoje abri a janela do meu quarto e vi o sol entrando de maneira majestosa, pensei comigo, será que dormi em Porto Velho e acordei em Parnaíba?

ASF

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

Entender





Tenho certeza que a ordem divina chora quando a imperfeição humana não entende o que é realmente a vida.

 ASF.

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

Alma, poesia...






Fazer poesia é fazer a alma expandir.
A poesia é a alma que tomou forma.

(Adriana Simeão)


terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

Detalhe da vida






Atentar-se para cada detalhe com o objetivo de promover um dia mais ameno é tarefa de quem já aprendeu a viver.
Extremos não combinam com a luz da harmonia. A harmonia nasce no equilíbrio da alma, nela residem a paz, o amor e o bom senso.



ASF




segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

Poesia

                                                                             

                                             



                                               Poesia

Hoje quis fazer poesia para o tempo parar,
No meio do tempo corrido, quis um minuto de poesia...
Letras para descansar e a alma flutuar...
Quis fazer poesia, mas a ordem do dia não deixou
meus dedos rabiscarem o gosto das horas,
o cheiro dos sentimentos e a liberdade das horas vagas..
Quis o barulho de chuva, o som dos pássaros,
a música preferida, mas...
a ordem do dia não deixou,
Hoje eu quis poesia e o dia já se foi...




terça-feira, 26 de janeiro de 2010

Tempo corrido





Se o tempo é invenção humana, quem foi o danado que inventou 24 h? Quero 48 h! Pronto, 48h, assim volto a ter tempo para escutar o pássaro que canta na minha janela pela manhã.




domingo, 24 de janeiro de 2010

Amor



O amor... o amor é tão leve que nem notamos quando ele chega.
A sutileza do amor é o bálsamo que cura as feridas.
A alma torna-se leve com a presença do amor.
O amor é muito mais que paixão, a paixão é apenas um tempero que a alma experimenta.

ASF

sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

Samba de uma alma solar





Samba de uma alma solar

Reflexos do sol na minha alma,
Alma felina,
Sol iluminando meus desejos,
No olhar de cada dia.
São assim os meus passos ... passos de uma menina,
Pula aqui , tropeça acolá,
Tropeço aqui, sambo acolá...
São passos,simplemente passos,
passos apressados com molejo e sabedoria,
É um samba que me faz cantarolar,
Uma MPB que me põe a cantar
E eu sigo assim, com jeito de encantar.
Minha alma solar domina o meu ritmo de andar.
É o sol, é euforia,
É alegria no cheiro do meu dia.
Desenhando minhas letrinhas.
Pula rotina, salta as horas,
Meus pés são meus guias,
A alma a bússola,
O sentimento, o meu diário,
o desejo, meu traçado,
No projeto com alegorias.
Sou forte porque aprendi a sorrir,
Danço com passos pequenos,
Vou seguindo assim,
Um sorriso aqui, outro acolá,
Enrredo de um samba.
Pulo, rebolo e danço,
A s letra da minha música.
Nesse enrredo,
Copei algumas letras, invento outras
E assim continuo dançando,
nas horas da vida,
Como um sol a brilhar!

ASF